Acidentes domésticos com crianças aumentam no fim do ano e nas férias escolares; saiba como prevenir

8 de dezembro de 2025 às 10:58

Com a chegada das férias de fim de ano e das festas de Natal e Réveillon, é comum o aumento do número de acidentes domésticos envolvendo crianças. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade mostram que quase 500 crianças e adolescentes de até 19 anos perderam a vida em acidentes domésticos no Brasil em 2024. Entre as principais causas estão problemas respiratórios acidentais, afogamentos, choques elétricos, quedas e queimaduras.

Segundo a pediatra cooperada da Unimed Goiânia, Dra. Paula Pires de Souza, o aumento dessas ocorrências tem explicação clara. “Nas férias e festas de fim de ano, as crianças passam mais tempo em casa, a rotina muda, há mais visitas, mais barulho e, muitas vezes, menos atenção contínua a cada criança. Além disso, elas frequentam ambientes diferentes do habitual, como casas de parentes, chácaras, clubes e piscinas, que nem sempre estão adaptados para a segurança infantil”, afirma.

Acidentes mais comuns e como preveni-los
De acordo com a pediatra, os acidentes mais frequentes neste período incluem quedas, afogamentos em piscinas, rios, represas, tanques e até banheiras; queimaduras, intoxicações por medicamentos, produtos de limpeza ou bebidas alcoólicas; cortes com vidros, enfeites ou facas; e sufocação por pequenos objetos ou alimentos de risco. “O ponto central é que são acidentes previsíveis e, em grande parte, evitáveis, desde que o ambiente seja adaptado e que haja supervisão ativa”, reforça.

Antes de qualquer festa ou visita a locais não familiares, Dra. Paula orienta que os pais façam uma avaliação cuidadosa do ambiente. “É fundamental identificar possíveis perigos, como escadas, janelas baixas, varandas sem telas, piscinas sem cerca, fios soltos e tapetes escorregadios. Também é importante verificar se há medicamentos, produtos de limpeza, bebidas alcoólicas ou objetos cortantes ao alcance das crianças”, recomenda.

A atenção deve ser redobrada durante comemorações. “Em festas, todo mundo ‘acha’ que alguém está olhando a criança e, na prática, ninguém está. É essencial ter um adulto designado para a supervisão, em esquema de revezamento, especialmente perto de água”, alerta.

Em áreas com piscinas, a médica reforça que os cuidados devem ser ainda mais rígidos. “A piscina precisa estar cercada e com portão trancado. Afogamentos em crianças pequenas acontecem em silêncio e em poucos minutos. Também não se deve deixar baldes, caixas d’água, tanques ou banheiras cheios em ambientes onde há crianças pequenas”, acrescenta.

Primeiros socorros: o que fazer e o que evitar?
A pediatra explica que, em caso de acidente, a orientação geral é proteger, acalmar e avaliar rapidamente, buscando ajuda quando necessário. “O primeiro passo é garantir a segurança da cena: afastar a criança da fonte de perigo, seja água, fogo, tomada ou produto químico. Depois, manter a calma e observar se a criança responde ao chamado, respira bem ou apresenta sinais de sonolência excessiva”, afirma.

Em situações de queda ou trauma, “se a criança estiver inconsciente, com dificuldade para respirar ou com deformidade evidente, ela não deve ser movimentada além do necessário. Nessas situações, é preciso acionar o SAMU (192) imediatamente”, orienta. Para queimaduras, a médica recomenda resfriar a área com água corrente em temperatura ambiente por 15 a 20 minutos, remover anéis, pulseiras e roupas apertadas próximas ao local e cobrir levemente com pano limpo, sem esfregar.

Em cortes, Dra. Paula destaca que a compressão direta costuma ser o passo mais eficaz. “O ideal é fazer pressão contínua com um pano limpo para conter o sangramento, evitando usar pó de café, pasta de dente, manteiga ou outros produtos caseiros que podem piorar o quadro”, alerta. Segundo ela, os erros mais comuns que agravam acidentes envolvem demorar para buscar ajuda, aplicar substâncias inadequadas em queimaduras, oferecer alimentos logo após traumas importantes e subestimar afogamentos rápidos.

Supervisão ativa
Dra. Paula reitera que a supervisão ativa é o fator mais determinante na prevenção de acidentes. “A maioria dos afogamentos e muitos acidentes domésticos acontecem em minutos de distração ou quando o adulto acredita que está ‘olhando de longe'”, diz.

A supervisão ativa ocorre quando o adulto está fisicamente próximo da criança, mantém a atenção totalmente voltada para ela, sem uso de celular; e consegue alcançá-la em poucos segundos, caso necessário. “‘Olhar de perto’ enquanto mexe no celular, cozinha ou conversa dá apenas uma falsa sensação de segurança. Acidente não é ‘má sorte’; na maioria das vezes, é resultado de um ambiente pouco seguro associado à supervisão insuficiente. A boa notícia é que, quando os adultos entendem isso, conseguem reduzir de forma importante o risco para as crianças”, conclui a pediatra.

Assessoria de imprensa Unimed Goiânia – Kasane Comunicação
Contatos:
Ageu Macedo: (62) 99855-1608 | ageu@kasane.com.br
Érica Caetano: (62) 99639-2051 | erica@kasane.com.br